voyeur

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

insone



alta madrugada.
cessam sons.
sibilam, distantes, grilos, talvez
só, o nada fala
tudo cala
tudo dorme...

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Silentes

Nasceu tarde, em pequeno banheiro num quarto barato de hotel.
Sem gemido.
Segurava suada a pia do banheiro, acocorada.
No aguaceiro que desentranhava,
muda,
escorria a cria.
Cortou cordão, enrolou em cueiro, deu de mamar.
Dormiram.
Amanhecido, pagou pernoite e saiu da cidade...
longe das sibilantes línguas dos olhos alheios.
Isso sabia do nascimento.
Cresceu no silêncio da mãe, em meio imagens do não dito
e aprendeu dizer o bastável,
pra só ser.