Nasceu tarde, em pequeno banheiro num quarto barato de hotel.
Sem gemido.
Segurava suada a pia do banheiro, acocorada.
No aguaceiro que
desentranhava,
muda,
escorria a cria.
Cortou cordão, enrolou em cueiro, deu de mamar.
Dormiram.
Amanhecido, pagou pernoite e saiu da cidade...
longe das sibilantes
línguas dos olhos alheios.
Isso sabia do nascimento.
Cresceu no silêncio da mãe, em meio imagens do não dito
e aprendeu dizer
o bastável,
pra só ser.