Gastei-o a pensar-me, a tentar me explicar o que em mim não entendo.
É o olhar pra dentro um descentralizar.
Porque não me reconheço em mim. E o eu que sou, fora de mim, me é mais fácil, mais próximo, porque eu o criei.
Eu, aqui dentro, sou só uma essência leve, tão fugaz que me misturo com meu perfume, mas só eu o sei.
O perfume. Esse doce amadeirado às vezes se excede...
E eu me dou náusea.
Me perco de mim.
lindo, mas dói!
ResponderExcluirlembrei-me do trecho de um poema do Drummond..rs
"Itabira é apenas uma fotografia na parede.
Mas como dói!"
Somos só o que nos podemos explicar; mas como dói!
Bjs
O "famigerado" desejo pelo autoconhecimento, a que todos dizem dedicar-se, mas poucos ousam buscá-lo.
ResponderExcluirPorque dói, porque sangra, porque jorra um ser com três cabeças e assustador, quando o desvendamos daquelas sombras tão habilmente ocultas.
E não adianta apelar para o "isqueiro mágico" de Andersen, porque será com este "outro eu", quase um inimigo por nos despir e expor-nos em nossos mais íntimos e secretos mistérios e desejos, que devemos o embate final.
Janaína, primoroso texto por conter a verdade inconteste que provoca a referida "náusea"...
Magnifico. Adorei. Parabéns!!!
Tão importante quanto o pensamento é a imaginação;palavra feminina faz com que aquela que imagina crie novas realidades outras verdades e não fique presa aquele que é tão duro, seco e varão mas que paradoxalmente também é mola porripotente motor da criação.
ResponderExcluirLendo as suas palavras, além do cheiro amadeirado, senti cheiro de "café preto que nem a preta velha".
ResponderExcluirUm abraço!
as vezes as paisagens de dentro murmuram, outras deixam o rastro no perfume, poucas emergem, mas todas nos revelam
ResponderExcluirEu, aqui dentro, sou só uma essência leve.
ResponderExcluirMe too.
Bjs.
Ione Kadlec