voyeur

domingo, 13 de setembro de 2015

Poetisa

Sou poeta.
Não! Não sou!
Minhas irmãs de outras épocas diziam-se poetas.
Tinham de assumir um falo.
Eu?! Eu, se sou poeta, não sou.
"Não sou nada, nunca serei nada,
Não posso querer ser nada"
A poetisa não fragiliza minha poesia,
desentranhada do útero,
regada no meu sexo,
eviscerada num gozo,
nos ciclos da lua.
Poesia mulher:
febre flébil,
salgada marca delicada,
que se não ecoa
como Pessoa,
tatua a carne,
suave.
Escreve,
inscreve-se
líquida,
no vento.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Invisível



Delicadeza furtiva
estar sem ser
misturar-se a cheiros,
- plasmar-
se ao todo
no todo
reconhecer
-se